segunda-feira, 1 de março de 2021

Dados distorcidos: a mentira baseada na verdade

Nem sempre é preciso mentir para disseminar uma desinformação, manipular dados, omitir informações é um recurso normalmente utilizado para dar credibilidade a informações duvidosas.


Imagem: commons wikimedia


A mais recente investida dos que negam a gravidade da situação brasileira, utiliza-se da lotação das UTI's como alvo. Circula nos últimos dias nas redes sociais, um suposto médico clamando para que deixem de noticiar a lotação das unidades de terapia intensiva, a publicação ressalta que esses leitos sempre estiveram lotados. Não é mentira que as notícias sobre pessoas que lutam por uma vaga de UTI não são recentes, mas algo que não é levado em consideração é que o problema não afeta mais apenas a rede pública, mas atinge a rede privada de saúde, inclusive hospitais de referência como Albert Einstein e Sírio Libanês, por exemplo.

Desde o início da pandemia, em meados de março de 2020, somos atacados por inúmeras notícias falsas, algumas buscam relativizar a gravidade da Covid-19, outras negar a existência da doença. Em muitos casos, não há mentira, mas sim uma manipulação mal intencionada de dados. Quando os números de mortes começaram a sair do controle, uma estratégia semelhante foi adotada. Na ocasião, diziam que era errado comparar o número absoluto, mas que deveriam ser divulgados em mortes por milhão de habitantes, mas a situação atual nos mostra que o cenário não seria menos absurdo se valendo desta estratégia.

O que devemos ter em mente, é que nem toda fake news trás consigo notícias absurdas, mas muitas distorcem dados, omitem números, relativiza dados e tenta passar credibilidade. Por mais que a confiança nos meios tradicionais de imprensa esteja em baixa, é necessário reconhecer o trabalho feito pelos jornalistas sérios. As fontes no jornalismo não são genéricas, trazem nome, sobrenome, relevância na área em que atuam, e mais do que tudo, responsabilizam aqueles que por ventura mentir, omitir ou tentar enganar, nas redes sociais, quem é o "médico", o "especialista", "baseado em quê?". Apenas falácias vazias que massageiam egos negacionistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário