segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O que preferi não dizer no fogo cruzado das eleições de 2018

Que o país vem de anos de divisão ideológica não é novidade para ninguém, como em 2014 preferi me abster de discussões políticas. Falo abertamente de quem votei no primeiro turno, apostei em um projeto liberal, algo novo e com propostas que visavam diminuir o tamanho do Estado e como consequência barrar o consumo desenfreado da maquina pública, mais voraz do que um motor V8 preparado para extrair a máxima performance, meu voto foi para João Amoêdo do Novo. Segui o caminho oposto da maioria dos brasileiros, não depositar confiança em extremos ou em figuras políticas já consagradas, evitei mesmo a hipocrisia disfarçadas de belas palavras do coronel hipócrita da terra das fortalezas, mas infelizmente foram os extremos que passaram para o segundo turno.
Aqui a coisa fica mais complicada, não falei abertamente do meu voto e creio que nem seja importante expor minha posição, prefiro a tranquilidade da isenção, poucas pessoas sabem do meu voto, afinal tenho amizade com pessoas fanáticas, cegadas pelo brilho do espelho polarizado do qual definimos os dois lados da moeda política brasileira. Caso desconfie do meu voto não venha tirar satisfação, nem mesmo com pedras nas mãos ou questionamentos, entenda uma coisa caro leitor, como cidadãos devemos ser oposição de qualquer governo, não importa se votamos ou não naquele representante.
As eleições de 2018 foram atípicas, mas com diversos pontos positivos, houve uma grande renovação parlamentar, o que leva a crer que o brasileiro não confia mais nas tradicionais famílias políticas, mas isso só saberemos com o decorrer dos próximos pleitos eleitorais. Vejo dento do meu círculo de convivência três tipos de pessoas: aquelas que analisam as propostas e votam em algo que acreditam, o militante, figura passional que vota com a paixão e muitas vezes nem mesmo se dá ao trabalho de ler as propostas do partido que acredita, não importando mesmo o candidato e, o que vota com fígado e acabam com o amargo da bile quando se arrependem de sua escolha e calam-se diante de situações das quais não concorda.
Alguns colégios eleitorais mostram um certo amadurecimento diante de suas escolhas, assim como Minas Gerais que no segundo turno elegeu Romeu Zema, empresário filiado ao partido Novo, escolhido em aparente ato raciocinado e não por voto útil como em outros estados e mesmo para o Presidente da República, nesse caso é importante ressaltar a perda de força do PT, algo que pode ser explicado na arrogância do partido, afinal, a sensação é que o partido popular não ouviu os pedidos de seu principal eleitor em campanhas anteriores, os pobres.
Peço aos amigos que não sofram por antecipação e que reconheçam a escolha democrática de Jair Bolsonaro, não concordo com grande parte de suas ideias, principalmente quando mistura-se política e religião, mas foi um ato democrático, no qual a voz da maioria dos votos válidos foram computados a favor do candidato do PSL. O ideal nesse momento é aguardar pelo futuro próximo, torcer para que ele faça um bom governo e claro, a união de pessoas com pensamentos ideológicos distintos em nome de uma nobre causa: fiscalizar e cobrar o respeito à constituição e ao plano de governo, afinal, quando um político é eleito, não devemos compactuar com o velho jogo de empurra. "olha seu candidato", "ainda bem que não votei nele", "vai reclamar agora?", mas devemos sim, todo juntos formar uma oposição cobradora e democrática, independente de qual seja o seu "lado", afinal somos um povo, o bravo povo brasileiro.

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