quinta-feira, 13 de julho de 2017

Falando sobre música: o que o rock representa na minha vida

   

     Nos últimos tempos a discussão sobre estilos musicais pertencerem a um determinado grupo étnico têm pautado polêmicas nas redes sociais. Hoje, um 13 de julho, data escolhida como dia mundial do rock, particularmente um estilo que me ensinou muito sobre gostos musicais, surgido na década de 1950, o rock traz forte influência da música negra norte americana, a complexidade do jazz, a tristeza embalada por guitarras estridentes do blues e muito do rhythm and blues. Muitos músicos dos primórdios do rock trazem também influência da música gospel, do folk e com o tempo influenciou e foi influenciado pela música country.
     O estilo com o tempo foi ganhando complexidade dentro e fora dos Estados Unidos, toda produção local ganha toques da música local, afinal o rock brasileiro traz influências da música brasileira, assim como o rock feito na Noruega carregará traços da cultura norueguesa. O rock progressivo talvez seja o subgênero com maior complexidade, alguns álbuns como Dark Side of the Moon do Pink Floyd, para citar um exemplo clássico, assemelha-se à uma sinfonia, afinal uma faixa está conectada a outra trazendo ao ouvinte uma experiência única ao ouvir a obra em sua totalidade, característica presente em outros álbuns não só da banda britânica, mas que faz parte do progressivo.
       O que o rock me ensinou? Muito do que aprecio no âmbito musical e cultural se deve a influência do gênero, a partir do rock tive a oportunidade de conhecer o blues, o jazz, o folk, o soul, seus subgêneros também tiveram um grande papel nas descobertas musicais, descobertas não apenas em gêneros, mas em produção em outros idiomas que não o inglês ou português. No final do ano de 1999, ouvi no rádio a versão de Nothing Else Matters do Metallica com a participação da Orquestra Sinfônica de São Francisco, alguns anos depois ouvi o álbum Momente of Glory, Scorpions com a Filarmônica de Berlin, o resultado foi uma maior aproximação com a música erudita.
     Mas o que toda essa história tem haver com a abertura desse texto? Algo simples que se torna de uma forma ilógica complexo, não existe um estilo musical massificado que  seja exclusivo de alguma etnia, a partir do momento que algo torna-se público, pode e deve ser consumido por pessoas que se identificam com aquele material, bem como também pode ser produzido, o rock no seu princípio, música negra feita por músicos brancos e negros e assim permanece, ganhando ritmos, enriquecendo e avançando por décadas. Vi algumas coisas de relance nas redes sociais nas últimas semanas, branco não pode cantar rap, o estilo pertence ao negro da periferia, não existem também brancos na periferia? Uma cantora afirma na televisão que branco também canta samba, o país se divide em uma discussão sem fim sobre racismo, mas o que seria da popularização do rap estadunidense sem o branco Eminem? O que seria do samba paulistano sem Adoniran Barbosa? E o que seria da bossa nova se Tom Jobim não misturasse o samba ao jazz? O próprio rock sem Fats Domino, Chuck Berry , Little Richard, Elvis Presley e Bill Haley, se os negros e os brancos estivessem preocupados com a cor da pele? Vivemos em um mundo problematizador demais, não sabemos olhar para trás e enxergar que em tempos de preconceitos aflorados as pessoas se uniam pela arte e pela música, em tempos de politicamente correto, o preconceito cria barreiras ideológicas onde elas não deveriam existir. Viva o rock e sua capacidade de unir as pessoas!

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