sexta-feira, 21 de julho de 2017

A morte de Chester Bennington, depressão não é frescura

     Não sou fã de Linkin Park, nem mesmo era uma de minhas bandas preferidas, mas fez parte do início da minha adolescência, período em que o seu sucesso era quase que absoluto em meio aos jovens então de minha faixa etária. Não digo também que não ouvia as músicas da banda, nas rádios , na antiga MTV e mesmo as reuniões com amigos e colegas sempre acabavam tendo uma (ou várias) canção do grupo presente, enfim, é uma banda que respeito e sei de sua importância no cenário musical, mas não é o tipo de banda que me empolga.
      O fato importante neste momento não é discutir os termos musicais, mas sim o trágico momento que parece prenunciar um encerramento prematuro da banda, assim como se encerra de forma prematura a vida de Chester Bennington, o vocalista foi encontrado morto em sua casa na Califórnia na última quinta-feira (20). A morte de Bennington abre mais uma vez a discussão sobre a depressão, o cantor que lutou durante anos contro o vício em álcool e drogas, repete o triste fim de seu amigo, Chris Cornell, vocalista do Soungarden e do Audioslave, morto em circunstâncias similares no mês de maio, chama atenção Bennington ter cometido suicídio no dia em que Cornell completaria 53 anos.
     Ambos sofriam de depressão, uma doença silenciosa e cruel. Conhecer alguém que ao contar sua história alega que esteve em vias de acabar com a própria vida, nos torna mais sensíveis e contribuem para nosso esclarecimento sobre o pensamento de pessoas que são vítimas das mazelas causadas pela doença. Pessoas com quadros depressivos são muitas vezes julgadas por quem deveria ajudar, familiares, amigos e pessoas com alguma proximidade tentar encontrar explicações simples em algo complexo, depressão não é frescura, não é falta de contato com alguma crença, devemos oferecer nossa ajuda e incentivar que a pessoa busque tratamento. Ouvir o que a pessoa tem a dizer, oferecer companhia e incentivar ações que façam mesmo que por curtos períodos, traga conforto e prazer a quem sofre de depressão, ouvir não significa opinar sobre os motivos que levam ao quadro depressivo, nem mesmo julgar e buscar uma causa para o problema. 
     Muitos certamente irão nos próximos dias dizer nas redes sociais que Chester Bennington, Crhis Cornell, Robin Willians e outros famosos vitimados pela depressão não tinham motivos para colocar fim a própria vida, afinal eram bem sucedidos, levavam um padrão elevado de vida e que eram mimados. Depressão nada tem à ver com condição financeira ou sucesso, é uma doença silenciosa, cruel, que faz que alguém queira acabar com uma dor que não é física, a depressão pode ter inúmeras causas, não há fama ou dinheiro que cure feridas na alma, Bennington foi sexualmente abusado quando criança, sofria de depressão e certamente o ato de seu amigo meses antes pode ter influenciado o seu suicídio, aos 41 anos Chester se desligou de seu sofrimento, não foi covarde por deixar seis filhos e milhões de fãs, mais uma vítima da depressão, mais uma pessoa de destaque que nos faz refletir sobre pessoas anônimas que não são mimadas e que não carecem de um deus no coração, carecem de ajuda para enfrentar momentos difíceis que pelo que vi e ou ouvi de amigos não desejo para ninguém, descanse em paz Chester!

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