sexta-feira, 24 de março de 2017

O país do impossível

 
Nesse filme de terror, salve-se quem puder!     Créditos: Aílton de Freitas / Agência O Globo
  
  A aposentadoria é de longe o menor dos maiores problemas do Brasil, aliás uma aposentadoria pública pós reforma previdenciária é uma verdadeira utopia, a reforma deveria ser feita de qualquer forma, mas como sabemos, nada de cortar na carne e acabar com os benefícios especiais para políticos que gozam de sua aposentadoria integral após dois mandatos cumpridos, não bastasse isso, agora servidores públicos estaduais e municipais não sofreram as sanções impostas aos trabalhadores do setor privado, uma coisa é quase certa, servidores federais logo serão abonados, mas o povo que morra trabalhando. Aliás existem opções de investimentos, mas em atuais condições a contribuição previdenciária deveria ser facultativa, assim como o voto, tema para outra postagem.
  Agora temos mais uma preocupação em vista, a regulamentação da terceirização em todos os setores, a terceirização pode gerar mais empregos? Sim, mas acaba com vínculos empregatícios de uma empresa com seus funcionários, até mesmo o refeitório local pode ser negado a um funcionário de uma empresa prestadora de serviços, certamente salários em determinadas áreas despencaram, assim como minguaram benefícios, mas devemos lembrar que grande parte de tudo que acontece no país do impossível é graças a massacrante carga tributária, dinheiro muito bem aplicado por nossos representantes (ironia bate forte).
  O assunto é caixa dois, mas devemos nos lembrar que existe Caixa Dois, CAIXA DOIS e caixinha dois, a vergonha não é receber dinheiro ilícito na campanha, se for pouquinho, é troco de pinga, ninguém se importa mesmo... Pode ser que a classe política não se importe, mas para o povo é uma afronta, ser chamado talvez do que esse mesmo povo mais odeie: palhaço! Enquanto no Brasil se discute o tamanho da cagada, como se fosse mérito fazer um grande mau ao país, enquanto isso na Suécia o desvio de um valor equivalente a R$ 3,8 mil causa indignação pública, um vexame moral e pessoal aos envolvidos, quantos bilhões mais será que temos entregar a corruptos para sentir vergonha da nossa famigerada lei de Gerson?
  O nosso país do impossível é fruto de uma colonização de exploração, foram-se os europeus, ficaram seus descendentes, sobretudo os ibéricos e o conceito de sombranceira (dominante, superior, arrogante), afinal o brasileiro tem em seus pilares o referencial ibérico do século XVI. Assim como nossa tibieza fruto da admiração pelo poder e pela sede de ser o mais esperto, mesmo que custe algo importante em nosso futuro, somos um país colonizado, uma eterna colônia daquilo que nos é imposto pelos donos do poder.
  Uma foto emblemática desta semana, aliás semana do escandaloso escândalo da operação Carne Fraca, em que um delegado da Polícia Federal jogou informações ao vento como quem atira grosserias em um momento de enfurecimento, sem ponderar palavras e generalizando algo que era restrito. Mas voltamos àquilo que simboliza nosso país, a figura horripilante de Alexandre de Moraes em sua posse como ministro do Superior Tribunal Federal: o país do impossível com sua mitologia pós-moderna. 

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